Um passeio de bicicleta

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Num domingo ensolarado de março fizemos um passeio de bicicleta até o rio Camboriú, para fazer o reconhecimento do objeto de estudo.

Pedalamos pelas margens do rio Camboriú dentro do município de Balneário Camboriú, que é seu trecho final até o mar, praticamente sua foz.

Iniciamos a pedalada na trincheira da BR-101 com a avenida do Estado, entrada do bairro dos Municípios. Neste local encontramos o leito do rio Peroba, um dos principais afluentes do Camboriú, que nasce no Morro da Teta, ali perto.

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Como o rio Peroba já apresenta seu leito bastante caudaloso neste ponto, foram criadas algumas estruturas urbanas de convívio em suas margens, como pequenas praças, jardinetes e quadras de esporte.

Um pouco mais abaixo, o rio Peroba ganha a presença de uma rua que o margeia até sua foz, a Sexta Avenida. Nesse trecho a paisagem urbana é bem agradável, com a presença do rio e sua vegetação ciliar, que mesmo pouco preservada ainda apresenta algumas árvores de grande porte junto à arbustos e gramados.

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O rio Peroba deságua no rio Camboriú, deságua a poucos metros da ponta da rua Leopoldo Leite. É nesse ponto que o rio Camboriú entra nos limites do município de Balneário Camboriú.

A partir desse ponto o acesso visual ao rio fica bastante restrito, muito em função da área de preservação de se extende por suas margens, bem como pelas propriedades particulares, como residências e marinas.

Contornamos a área de preservação que contém o Parque Raimundo Malta, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o Grupo de Escoteiros Leão do Mar, a Federação Catarinense de Futebol, o SENAI, a Unidade de Estratégia de Saúde da Família – Municípios, o Hospital Municipal e Maternidade Ruth Cardoso, o CAIC – Centro de Atenção Integral a Criança Ayrton Senna e a UNIVALI – Universidade do Vale do Itajaí. E mais a frente reencontramos o rio Camboriú.

Nos fundos da Vila Real, mais junto ao rio, encontramos o Jardim Iate Clube. A partir desse ponto o rio apresenta suas margens quase totalmente ocupadas por marinas e estruturas para embarcações, tanto de pesca quanto de lazer. Aparece por aqui uma das primeiras marinas da cidade, o Iate Clube Camboriú, ativo desde 1957.

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Logo a baixo chegamos à ponte da Via Gastronômica, que é a primeira ponte que encontramos sobre o rio. Nesse ponto encontramos um pier público para atracação de embarcações, junto ao pé da ponte. Pudemos constatar as primeiras interações da vizinhança próxima com o rio, com grupos de amigos pescando, famílias fazendo pic-nic, crianças brincando e jogando.

Descendo um pouco mais, chegamos até a rua chamada Via Gastronômica, que margeia o rio Camboriú. A rua  ganha esse nome em função dos diversos estabelecimentos voltados à gastronomia, tanto de frutos do mar quanto de culinárias internacionais.

Outro elemento que ganha destaque na paisagem do rio Camboriú é a ponte da BR-101. Este ponto é marcado pela aridez das redondezas, com terreno gramado vazio e abandonado, e calçadas desestruturadas.

Tradicionais pontos de tensões urbanas, os cruzamentos de fluxos, nesse caso de um grande rio com uma rodovia federal, refletem as dificuldades que os gestores públicos têm em compatibilizar interesses e usos na diversidade dos espaços urbanos. Especialmente quando esses espaços são de mobilidade e fluxo.

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Quando o leito do rio assume um posicionamento paralelo à costa oceânica fica acompanhado da avenida Normando Tedesco, até seu deságue no mar. Surge nesse trecho, entre as faixas de carros e a calçada, uma ciclovia que também vai acompanhar todo o trajeto final do rio. Esse trecho é marcado por dois conjuntos de paisagens bem nítidas, a mata ciliar formando um pequeno parque linear que a acompanha e as instalações da marina Tedesco, com seu pier bastante extenso.

Outro elemento que marca forte presença na paisagem é a passarela da Barra, por ser uma construção de grandes proporções. Essa estrutura urbana surgiu com o intuito de atender a demanda de acesso entre o Centro da cidade e o bairro da Barra. Porém a passarela encontra-se a muito tempo em obras, já superando em muito seu prazo de entrega, e ainda não serviu à população local. Vale destacar, que a passarela já recebeu inúmeras críticas, das mais diversas fontes, dentre elas surgem as considerações sobre seu impacto negativo na paisagem local, especialmente sobre a paisagem histórica da localidade da Barra.

O ponto final do rio Camboriú, a sua foz propriamente dita, é composta de conjuntos de paisagem bastante relevantes, como o tradicional bairro da Barra, com suas arquiteturas centenárias, o morro das Interpraias, com a estrada que o contorna pela costa, bem como as estruturas urbanas que surgiram mais recentemente, como o Bondinho das Interpraias, um teleférico de grandes dimensões, e por fim, o Molhe da Barra Sul, ponto onde as águas do rio Camboriú se misturam às do Oceano Atlântico.

 

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